Barreiro 0 x Angrense 1

O Angrense foi para fora cá dentro e somou a terceira vitória consecutiva na Série Açores, a segunda no Municipal de Angra, casa que costuma ser sua e que o Barreiro utiliza na condição de visitado. Os do Porto Judeu resistiram durante 49 minutos, altura em que Ruben Rodrigues, de cabeça, concretizou o triunfo. Um resultado justo, altamente valorizado pelo empenho do opositor.
Os encarnados construíram maior acervo na posse de bola porque têm outros argumentos técnicos e um nível de experiência mais alto nestas andanças, mas se o equilíbrio foi a nota dominante ao longo dos primeiros 45 minutos é por mérito do Barreiro. Mérito para a disciplina tática que Hildeberto Borges urdiu para suster o candidato dos 12-0, mas sem perder de vista o assalto às zonas próximas da baliza de Délcio. No fundo, respeito sem submissão.
O conjunto de Angra sentiu muitíssima austeridade para incomodar Ronaldo, que nem teve de se aplicar ao remate de Vitória de fora da área, o único com verdeiro sinal de ameaça. Pedro iniciou a partida descaindo para a interior esquerda e foi desenvolvendo deslocamentos centrais na tentativa de criar desequilíbrios, mas sem sucesso. Rui colou-se no flanco direito, com Magina e Ruben Rodrigues qual setas apontadas às redes do adversário.
A missão de Fábio e José Isidro foi quase só destruir, mas é deles o forte grau de obediência e eficácia da estratégia. Vigiaram, preferencialmente, Magina e Ruben Rodrigues, mas nunca se equivocaram quando as marcações exigiram trocas posicionais ou de adversário. Spencer e Célio ensaiaram aberturas nas faixas, com Miranda a apoiar o mano Marco, ele que, ainda antes do quarto-de-hora, desperdiçou soberana situação de golo (grande defesa de Délcio), após fífia de Flor.
O Angrense tentou pressionar mais alto nos 15 minutos antes do intervalo e, mesmo sem se livrar de contragolpes atrevidos, a verdade é que a subida do ritmo de jogo deu frutos no arranque do segundo tempo: Magina ganhou, finalmente, uma nesga de terreno, do remate deu canto e do canto deu cabeceamento certeiro de Ruben Rodrigues. Já sobre os 60 minutos foi Ariston a falhar em zona frontal, para depois ser Ivan, com uma autêntica bomba, a testar a atenção de Ronaldo.
Claro que o Barreiro, estando a perder, viu-se obrigado a assumir as despesas do encontro e o seu técnico até mexeu na equipa com esse intuito, mas esta é uma postura difícil de forçar frente a um opositor mais categorizado. O Angrense tornou-se "mandão", não obstante o pressing final da turma do Porto Judeu (muito perigo nos remates de Spencer e Bruno Rodrigues), controlando os momentos principais e fabricando os melhores projetos de envolvimento ofensivo, embora quase sempre longe da aprovação.
No cômputo geral, o micaelense Mário Botelho realizou trabalho positivo, aqui e ali sem a devida colaboração dos jogadores, que se envolveram numa ou noutra picardia escusada.
 
Série Açores – 3ª Jornada
 
Campo Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Mário Botelho (AF Ponta Delgada)
Assistentes: João Medeiros e Aires Gata
 
Ao intervalo:
0-0
 
Barreiro 0
 
Ronaldo
Nelson Rocha (cap.)
Nuno Lima
Marco Fernandes
Fábio
José Isidro
Marco Miranda
(Bruno Rodrigues, 70m)
Marco André
(Jorge Ferreira, 78m)
Spencer
Miranda
Célio
(Lhuka, 58m)
 
Não utilizados: Bruno Pereira, Nobita e Chiquinho.
Treinador: Hildeberto Borges.
 
Angrense 1
 
Délcio
Flor
Ivan
Rui Silveira
(Márcio, 73m)
Ariston
Magina (cap.)
Vitória
Vítor
Ruben Rodrigues
(Graxinha, 89m)
Ruben Brito
(Eugénio, 77m)
Pedro
 
Não utilizados: Gonçalo T., Gonçalo Valadão, Genni e Ruben Azevedo.
Treinador: João Eduardo Alves.
 
Disciplina: cartão amarelo para Nelson (43m), Vítor (68m), Spencer (70m) e Ruben Brito (75m).
 
Marcador: Ruben Rodrigues (49m).