Seis golos em Angra

A formação do Barreiro mostrou uma boa cultura de posse de bola frente a um Santiago muito jovem e com duas peças nucleares: Ludgero e Filipe Andrade. O primeiro como trinco a cobrir bem o espaço entre linhas e o segundo como vértice atacante.
Hildeberto Borges apresentou uma linha ofensiva com três homens: Ivo, preferencialmente no meio, Célio, na direita e Bruno Rodrigues, no lado esquerdo. Marco André era o médio mais chegado à frente mas sem conseguir grande ligação com a linha avançada.
A dupla de pivôs, José Isidro e Jorge Ferreira, mostrava-se suficiente para anular Hélder Baptista, justificando, por isso, as movimentações para dentro de Fábio Santos e Paulo Vidinha. Nas laterais, Nobita só assustava quando Filipe Andrade descaía para o seu lado, enquanto Chiquinho teve mais trabalho para travar as incursões diretas de Henrique.
Aos centrais, Anselmo Areias e João Toste, era pedida atenção redobrada por terem na sua área de jurisdição não só o melhor jogador da equipa adversária como do próprio jogo, Filipe Andrade.
O domínio do Barreiro começou pela exploração inteligente das fragilidades dos laterais contrários, Bruno Oliveira e Armando, que escancaravam as costas sem que houvesse a devida compensação dos centrais. Neste particular, evidenciou-se Célio que provocou uma prolongada enxaqueca a Armando.
Com algumas falhas de marcação, abriram-se algumas clareiras na área de Rogério, responsáveis pelo festival de golos perdidos por parte do Barreiro. Nalgumas situações, o desperdício foi gritante, incrível mesmo.
Entre outros momentos, registe-se uma oportunidade ocorrida aos oito minutos com Bruno Rodrigues completamente sozinho e sem ninguém entre si e a linha fatal a atirar ao lado do poste direito da baliza de Água de Pau. O próprio Bruno Rodrigues redimiu-se logo de seguida, ao aproveitar um desentendimento entre o guarda-redes Rogério e Bruno Oliveira para fazer o primeiro golo.
Mas quem tem um ponta de lança fora de série, como é Filipe Andrade, mesmo sem jogar com brilhantismo, arrisca-se a provocar mossa nas redes contrárias. Foi o que aconteceu com o Santiago, equipa, diga-se, bastante eficaz. Na primeira parte, Filipe Andrade teve três oportunidades para marcar: na primeira atirou ao poste e nas outras fez golo em dois minutos consecutivos. Impressionante.
E se o primeiro golo é de raro oportunismo, recarga a defesa incompleta de Anselmo Falcão, o segundo foi um remate espantoso de fora da área.
Na etapa complementar, enquanto o Barreiro continuava sem atinar com a baliza, Filipe Andrade motivou grande penalidade que ele próprio finalizou. A partir daqui valeu a força psicológica do Barreiro e as substituições feitas por Hildeberto Borges.
Célio, primeiro, e Miranda, depois, empataram a partida, também no espaço de dois minutos. Fundamental a entrada de Miranda e o recuo de Marco André, permitindo o adiantamento de Jorge Ferreira que fez aumentar o volume de jogo atacante.
O árbitro Paulo Rodrigues esteve razoável. Exagerou na amostragem de cartões amarelos.

Série Açores | 2.ª Fase - 9.ª Jornada

Campo Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Paulo Rodrigues (AF Setúbal)
Assistentes: Luís Saias e Diogo Fialho

Ao intervalo
1-2

Barreiro 3

Anselmo Falcão
Chiquinho
Anselmo Areias
(Lhuka, 67m)
João Toste
Nobita
(Nuno Lima, 36m)
Bruno Rodrigues
(Miranda, 63m)
Jorge Ferreira
José Isidro (cap.)
Célio
Marco André
Ivo

Não Utilizados
Bruno Pereira, Fábio, Mário Cota e Diogo.

Treinador
Hildeberto Borges.

Santiago 3

Rogério
Hugo Soares
Bruno Oliveira
Armando
Ludgero (cap.)
Fábio Santos
(Braguinha, 62m)
Henrique
Filipe Andrade
(Filipe Rodrigues, 68m)
Paulo Vidinha
Ricardo Arruda
Hélder Baptista

Não Utilizados
Não houve.

Treinador
Sérgio Santos.

Disciplina
Cartão amarelo para Anselmo Areias (18m), Ivo (40m), Bruno Rodrigues (40m), Chiquinho (65m), Jorge Ferreira (79m); Paulo Vidinha (41m), Henrique (45+1m), Hugo Soares (61m), Ludgero (64m) e Rogério (90+1m).

Marcadores
Bruno Rodrigues (16m), Célio (76m), Miranda (77m); Filipe Andrade (35, 37 e 65m).