Subida paulatina de um Barreiro irreverente

A formação de Porto Judeu vem em crescendo tanto em termos exibicionais como de eficácia. Frente ao Capelense, o Barreiro entrou de rompante e atarantou o último reduto micaelense pela enorme mobilidade dos avançados. Apenas Flávio era fiel ao seu lugar. Ivo, Vasco e Célio combinavam mudanças posicionais, dificultando imenso as marcações.
Os primeiros lances de perigo construídos pelos terceirenses puseram a nu a dureza de rins da retaguarda forasteira que ficava aflita quando as jogadas eram rápidas e com a bola rente ao chão. Mas mal ganhou tino, a equipa do Capelense equilibrou a contenda e conseguiu mostrar o melhor que tem: o ataque. Embora Tozé fosse a referência atacante, coube a Tiago Silva o protagonismo a abrir espaços na defensiva alvirrubra, que também mostrou algumas limitações, principalmente na saída com bola.
Quando o Capelense perdia a bola junto à área adversária evidenciava grande dificuldade na transição defensiva com um reposicionamento tardio. Vasco foi dos jogadores barreirenses o que melhor aproveitou essa pecha com uma exploração inteligente do espaço entre linhas. A coordenação entre Vasco e Ivo foi também importante para a criação de perigo junto à baliza de Pedro Martins. Algumas vezes, Vasco avançou no terreno para que Ivo recuasse e fizesse diagonais para dentro para depois executar passes de rutura a partir do meio.
Neste confronto entre duas equipas propensas a atacar foi mais eficaz a do Barreiro que se adiantou no marcador na sequência de um canto. Bola batida rasteira para a zona da meia-lua para o central Fábio bater de primeira para a malha lateral interna direita da baliza de Pedro Martins.
Em desvantagem, o Capelense intensificou o seu jogo atacante a seguir ao intervalo. Jorge Cabral que até então era duplo pivô defensivo chegou-se mais para junto de Tiago Silva, dando a este mais liberdade de ação. Tiago Silva era sinónimo de perigo mas faltava largura ao futebol dos visitantes porque tanto João Pereira como Jorginho não podiam aventurar-se muito no ataque pela boa ação de estorvo dos extremos do Barreiro.
O Barreiro encolhia os blocos para quando recuperasse a bola lançar rápidos contra-ataques, tirando partido da velocidade dos homens da frente. A partir de meio do segundo tempo, as alterações operadas no Barreiro, sobretudo as entradas de Duarte e Larika, tornaram-no com mais vigor físico ao contrário da maioria dos jogadores do Capelense que iam mas demoravam a vir. Aliás, o segundo golo do Barreiro é sintomático da diferença de andamento entre os avançados e os defensores da vila das Capelas. Ivo insistiu e ganhou um lance que parecia controlado pelo eixo defensivo dos visitantes, fazendo à vontade o tento que sentenciou a partida.
O micaelense António Frias realizou um bom trabalho. Deixou jogar sem deixar de impor a sua autoridade. Mostrou segurança e disciplinarmente atuou em conformidade.
4 estrelas!
 
Liga Meo Açores | 7.ª Jornada
 
Campo Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: António Frias (AF Ponta Delgada)
Assistentes: Pedro Moniz e Vítor Leite
 
Ao intervalo
1-0
 
Barreiro 2
 
Fanika
Nélson (cap.)
Gilberto
Fábio
Nobita
Célio
(Nicolai, 88m)
Jorge
Chibante
Flávio
(Duarte, 69m)
Ivo
Vasco
(Larika, 82m)
 
Não Utilizados
Gonçalo, Chiquinho, Mário e André.
 
Treinador
Hildeberto Borges.
 
Capelense 0
 
Pedro Martins (cap.)
João Pereira
Rúben Couto
Quental
Jorginho
Rodrigo
Jorge Cabral
Tiago Silva
Tiago Pedro
Serginho
(Chico, 67m)
Tozé
 
Não Utilizados
Cabrinha, Lucas e Chiada
 
Treinador
Sidónio Ferreira
 
Disciplina
cartão amarelo para Gilberto (78m) e Nicolai (90+4m)
 
Marcadores
Fábio (39m) e Ivo (80m)