Um golo de Lhuka coloca o Barreiro na 2ª Eliminatória da Taça.


A tipologia do jogo correspondeu aos realizados nas fases iniciais das épocas desportivas. Alguma ansiedade, receio em arriscar, algum desconforto na posse de bola e falta de entrosamento, embora este último sintoma se tenha feito notar mais na equipa do Moura. A formação do Barreiro foi superior tecnicamente na mesma medida em que o Moura foi na componente física.
Curiosamente, os alentejanos apresentaram no seu onze-base cinco atletas que defenderam na época transata o Praiense: Renato, Mamadi, Danilson, Ibra e Monteiro. A retaguarda forasteira era forte no jogo aéreo mas lenta quando o futebol se desenvolvia rente à relva. A equipa auri-negra criou perigo na primeira parte principalmente por intermédio de Monteiro, o único dos visitantes com capacidade para segurar a bola e distribuí-la à medida das desmarcações dos colegas.
Os jogadores do Barreiro pareciam algo nervosos e davam muito espaço junto à sua área, além de se mostrarem lentos nas transições ofensivas. Mas a lentidão que os barreirenses mostraram no sentido defesa-ataque, no Moura fez sentir-se no sentido ataque-defesa, ou seja, quando a equipa perdia a bola demorava a recompor-se. Até ao intervalo, só por uma vez o Barreiro conseguiu infiltrar-se na área adversária depois de um passe de rutura de Lhuka a isolar Célio que permitiu a defesa de Igor.
O descanso foi mais benéfico para os terceirenses, que reentraram com outra agressividade sobre a bola. Hélder subiu um pouco no terreno e fez com Marco André um amortecedor de jogo bastante eficiente, a ponto de terem praticamente secado Mike, o homem que fazia de ponte entre o meio campo e o ataque do Moura. Lhuka reapareceu, tal como toda a equipa, mais desinibido e sobressaiu por não ter medo de ter a bola nem de arriscar.
A formação do Baixo Alentejo também tentou chegar-se à frente mas os laterais, principalmente Renato e após a perda da bola em zonas de ataque, tinham grande dificuldade em recuperar o lugar atempadamente. Aproveitou o Barreiro os descampados na defesa contrária e quase sempre com Lhuka a arruinar a já ténue estabilidade defensiva dos visitantes.
E foi num contra-ataque rápido, precisamente aquilo que não conseguira fazer no primeiro tempo, que o Barreiro ganhou a eliminatória. Célio assistiu e Lhuka atirou forte e seco sem dar tempo para Igor reagir. Até final, o Moura tentou desesperadamente o empate mas foi Bruno Rodrigues que podia ter marcado não tivesse acertado no poste. A segunda parte do Barreiro foi determinante e deixou boas indicações para o futuro.
No primeiro tempo, o árbitro Duarte Cerveira e os seus assistentes estiveram desatentos e daí resultou alguns erros. Melhorou a prestação nos segundos 45 minutos.
3 Estrelas!
 
Taça de Portugal - 1ª Eliminatória

Campo Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Duarte Cerveira (AF Santarém)
Assistentes: José Sequeira e Nélson Andrade
Ao intervalo:
0-0
 
Barreiro 1

Ronaldo
Nélson (cap.)
José Isidro
Nuno Lima
Marco Fernandes
Hélder
Marco André
(Fábio, 73m)
Célio
Lhuka
Marco
(Bruno Rodrigues, 85m)
Spencer
Suplentes não utilizados: Bruno, Chiquinho, Jorge e Miranda.
Treinador: Hildeberto Borges.
 
Moura 0

Igor
Filipe Infante (cap.)
(André Tonon, 72m)
Pedro
(Diogo Inácio, 55m)
Renato
(Raposo, 90m)
Mike
Mamadi
Monteiro
Ibra
Tiago
Danilson
Dieng

 
Suplentes não utilizados: David, Carlos Daniel e Tó Miguel.
Treinador: Joaquim Mendes.
Disciplina: cartão amarelo para André Tonon (72m).
Marcador: Lhuka (75m).