Ter os pontos na mão... E deixá-los fugir.

O Barreiro foi um conjunto solidário, realista, prático e eficiente ao longo dos primeiros quarenta e cinco minutos, aguentando quando era para segurar, jogando prático quando a situação o exigia e eficiente, aproveitando os erros do adversário para se adiantar no marcador.
Nos minutos iniciais, o Ideal teve mais posse de bola e pareceu querer mandar no jogo, mas tal intenção não passou de mera ilusão circunstancial, já que os terceirenses, bem escalonados e posicionados no terreno, não permitiam que o antagonista incomodasse Ronaldo.
As unidades de meio campo rubras eram rápidas e ler e a soltar o jogo, revelando um apreciável entrosamento, lançando o esférico para os rápidos e imprevisíveis Lhuka e Ivo, situação que o Ideal denotou sempre grandes dificuldades para manietar e suster.
As imprevisíveis e repentistas diagonais deste duo atacante do Barreiro criavam dificuldades na leitura posicional dos centrais leoninos, obrigando-os a cometer erros e hesitações nas marcações, o que valeria dois golos para a equipa da casa.
Desta forma, os dois golos resultaram de dois erros no eixo defensivo ribeira-grandense, aproveitando Lhuka para se intrometer e à saída de Gustavo enviar a redondinha a meia altura para o lado direito deste.
O segundo golo, para não variar, foi novamente pela zona frontal, desta feita a uma distância mais longa da baliza, em que a rapidez de Ivo desequilibrou a favor dos anfitriões. Gustavo saiu de entre os postes para fazer a mancha mas não foi capaz de evitar o golo.
Quando tudo apontava para que o descanso chegasse com uma vantagem confortável da equipa do Porto Judeu, na transformação de um livre a bola é metida para o interior da área e Duílio de cabeça, à beira do intervalo, reduz para um a dois.
Este golo à beira do términus da primeira parte não foi bem digerido ao intervalo, pois os locais surgiram apáticos revelando grande dose de nervosismo e este estado de espírito foi-lhes fatal, porque o adversário, denotando maior frieza e com alguma sorte à mistura, com dois remates certeiros operou a reviravolta neste mau momento dos visitados e só não o dilatou porque Nelson, sobre a linha de golo, de cabeça, evitou aquele que seria o quarto dos verdes da costa norte de São Miguel.
A ter de correr atrás do prejuízo, o Barreiro tornou-se mais audaz, ganhando novo fôlego quando o rival ficou reduzido a dez unidades, mas pouco depois Lhuka, em função da segunda cartolina amarela, equilibra os dois conjuntos a dez unidades e a teórica vantagem esvaziou-se na falta de ideias.
Porém, a voluntariedade e o querer dos homens do Porto Judeu, a sua principal característica, valeriam o empate ao minuto noventa, através do central Nuno, e, quando tudo apontava para a divisão de pontos, os anfitriões, uma vez mais, não foram capazes de segurar pelo menos um ponto, porque Julinho, que havia entrado minutos antes, garantiu os três para o Ideal.
 
Arbitragem: regular.
 
Série Açores – 5ª Jornada

Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Carlos Cabral (AF Algarve)
Assistentes: Eduardo Miguel e Mauro Valente
 
Ao intervalo:
2-1
 
Barreiro 3

Ronaldo
Nelson (cap.)
José Isidro
Nuno
Marco Fernandes
Marco André
(Bruno Rodrigues, 23m)
Hélder
(Anselmo, 66m)
Célio
(M. Miranda, 72m)
Ivo
Lhuka
Paulo Miranda

Não utilizados
Bruno, Nobita, Chiquinho e Jorge.

Treinador
Hildeberto Vieira.


Sporting Ideal 4

Gustavo
Edson
João Mota
Artur Santos
São Pedro
(Mário Jorge, 75m)
Maradona
Ivo
(Paulo César, 45m)
Nelson Faria
Vitinha
Duílio
Samuel (cap.)
(Julinho, 87m)


Não Utilizados
Cabrinha, João Pedro e Marco.

Treinador
Rui Rodrigues.

Disciplina: cartão amarelo para Maradona (23m), Artur Santos (34m), Ivo (76m), Bruno Rodrigues (85m), Paulo Miranda (90+1m) e Gustavo (90+5m). Acumulação de amarelos (24 e 79m) para Lhuka. Vermelho direto para Paulo César (75m).

Marcadores: Lhuka (18m), Ivo (23m), Duílio (44 e 52m), Samuel (57m), Nuno (90m) e Julinho (90+4m).