Um ponto muito suado

A formação de Rabo de Peixe entrou mais acutilante perante um Barreiro mais encolhido, mas bem organizado e com a lição estudada, não se preocupando e dando muito valor ao domínio dos forasteiros que, pese embora maior posse de bola, o melhor que iam conseguindo era um número elevado de cantos a seu favor e alguns livres em posição frontal, em que apenas um deles criou verdadeiramente perigo, obrigando Bruno Pereira a aplicar-se para manter as redes invioláveis.
Dando a iniciativa ao adversário, a formação do Porto Judeu ficou com muito espaço para jogar no primeiro terço da equipa micaelense, que revelaria grandes dificuldades nas marcações aos rápidos homens ofensivos do Barreiro, não só pela velocidade que estes imprimiam ao jogo de trás para a frente, mas igualmente pela sua mobilidade e versatilidade em campo, baralhando por completo os defesas que geralmente nunca tinham o mesmo atleta para vigiar.
Esta postura poderia ter tido êxito ao sétimo minuto, quando Ivo pela direita não acertou o alvo por pouco. Na resposta os azuis também cheiraram o golo na transformação de um livre direto ao qual Bruno se opôs com valentia.
Na segunda oportunidade que teve o Barreiro chega então ao golo. Lhuka trabalha bem na direita, arrancando um cruzamento telecomandado para a cabeça de Spencer bater José Salvador.
Lhuka, com grande liberdade de movimentos, surge agora na esquerda, elabora novo cruzamento que era meio golo, mas Ivo na passada pega mal na bola, errando a possibilidade de ampliar o marcador.
A partir daqui o Rabo de Peixe pressionou mais, obrigando a defesa encarnada a desconcentrar-se em alguns momentos e só por manifesta falta de sorte em dois lances e por arrojo e valentia dos homens do Barreiro que ofereceram o corpo à bola em outros dois o Rabo de Peixe não empatou antes do intervalo.
O segundo tempo trouxe um Rabo de Peixe afoito na senda do que vinha fazendo na ponta final da primeira parte e Lelé, após um excelente trabalho na direita, descobriu Tiago ao segundo poste mas este não deu o melhor seguimento.
O Barreiro denotava dificuldade em travar a avalanche atacante dos visitantes, com algumas unidades a revelarem alguma desconcentração nas marcações. Desta forma, a pressão e as oportunidades de golo acentuaram-se até que o inevitável aconteceu mesmo, o empate, por intermédio de Valtinha, de livre direto, desta vez sem hipóteses para Bruno Pereira.
Respirava confiança o Rabo de Peixe e, retirando proveito deste bom momento, opera dois minutos depois a reviravolta no jogo por Tiago que finalmente descobriu o fundo das redes de Bruno.
Pela primeira vez em desvantagem, os terceirenses procederam a algumas mexidas no onze, bem como algumas alterações táticas. Efetuaram um esforço final e, já para além da hora, atingem o empate, através de um cabeceamento de Paulo Miranda, conseguindo um importante ponto na caminhada pela manutenção,
Arbitragem: regular.

Série Açores - 13ª Jornada

Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Pedro Azevedo (AF Setúbal)
Assistentes: Francisco Mendes e Domingos Quintelas

Ao intervalo:
1-0

Barreiro 2

Bruno Pereira
Nelson (cap.)
(Chiquinho, 82m)
Mário
Paulo Miranda
Nuno
Ivo
Hélder
Jorge
(Bruno Rodrigues, 85m)
Spencer
Lhuka
Marco Miranda
(Marco André, 75m)

Não utilizados
Ronaldo, João Ávila, Marco Fernandes e Anselmo.

Treinador
Hildeberto Borges.

Rabo de Peixe 2

José Salvador
Paulo Vieira
João Flor
Marcinho
Zé Manel
Luís Flor
Yayá (cap.)
Lelé
Valtinha
(Mafú, 90m)
Leandro
(Vítor Vieira, 45m)
Tiago
(Ruizinho, 70m)

Não utilizados
Não houve.

Treinador
Jaime Vieira.

Disciplina: cartão amarelo para Valtinha (55m), Luís Flor (77m), João Flor (90+4m) e Mafú (90+5m).
Marcadores: Spencer (18m), Valtinha (64m), Tiago (66m) e Paulo Miranda (90+3m).