Reviravolta com (inteiro) mérito


Numa manhã calma e com excelentes condições para a prática do futebol, foi a equipa da ilha Montanha quem acordou primeiro para o jogo, auferindo uma maior posse de bola, o que lhe permitiu atuar mais tempo na metade do campo defendida pelo Barreiro, mas sem, contudo, incomodar verdadeiramente Ronaldo e seus pares, embora a conseguir despertar a atenção dos mesmos.
À passagem do primeiro quarto de hora, a equipa do Porto Judeu foi despertando e, paulatinamente, acordando para o encontro, com Ivo, na cobrança de um canto, a estar perto do golo. Volvido um minuto, novamente Ivo como protagonista, mas desta vez a escapar e a cruzar com conta, peso e medida pela direita com Miranda a entrar de rompante, mas a não conseguir pegar em cheio no esférico.
No espaço de um minuto os encarnados construíram duas oportunidades de golo. Porém, mais importante do que isto, diziam presente ao desafio e ganhavam o respeito do adversário, que agora, perante a fogosidade dos locais, tornara-se numa equipa mas calculista, jogando pela certa.
Esta atitude mais conservadora em termos ofensivos acabaria por trazer dividendos positivos ao Vitória do Pico, aproveitando, na circunstância, a maior intenção atacante dos anfitriões. Com mais espaços nas costas destes, o Vitória encontrou a brecha ideal para Simão Bettencourt, com tempo e espaço, tirar as medidas às redes de Ronaldo e atirar em jeito, de fora da área, obtendo um bonito golo. Indefensável.
O tento sofrido abalou o futebol coletivo do Barreiro. Embora os atletas continuassem a ser diligentes, o seu jogo passou por uma fase mais individualista, quase sempre em esforço, aproveitando o adversário para, em contra-ataque, construir situações para dilatar o marcador.
A quatro minutos do intervalo, na primeira vez que o grémio rubro funcionou na plenitude, através de um lance envolvente de trás para a frente e com a bola a fluir rente à relva em progressão, naquela que seria a melhor jogada de toda a primeira parte, Miranda finalizou com êxito, empatando a partida. Lance simples, bonito e eficaz.
O prélio subiu de qualidade no segundo tempo. Foi, convenhamos, bem mais interessante, com as duas equipas a procurarem o golo com todos os argumentos que tinham ao seu dispor, ganhando com isso o espetáculo.
Perante o futebol ofensivo dos dois conjuntos, os blocos defensivos, em dia inspirado, com maior ou menor dificuldade, lá se iam superiorizando aos homólogos ofensivos, excetuando um lance ou outro de maior frisson, maioritariamente resultantes de situações de bola parada.
Com a peleja num impasse, era chegada a hora de os técnicos mexerem nas equipas. Neste contexto, revelou-se mais feliz Hildeberto Vieira, porque Marco André, apenas dois minutos após ter entrado em campo, mandou uma bola telecomandada para a cabeça de Ivo desfazer o empate.
Arbitragem: regular.
 
Série Açores - 2.ª Fase | 5ª Jornada
 
Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Joel Miranda (AF Bragança)
Assistentes: Miguel Tronco e Ricardo Morais
 
Ao intervalo
1-1
 
Barreiro 2
 
Ronaldo
Nelson (cap.)
Fábio
Nuno
Nobita
(João Ávila, 74m)
Ivo
José Isidro
Jorge
(Marco André, 71m)
Spencer
(Célio, 85m)
Miranda
Lhuka
 
Não Utilizados
Anselmo, Xiquinho, Mário e Bruno Rodrigues.
 
Treinador
Hildeberto Vieira.
 
Vitória 1
 
Ivo Lima
Ivo Fraga
Carlos Alves (cap.)
Pedro Silveira
Clemente
Tony
Sandro Gomes
Simão Bettencourt
André Ávila
(César Lopes, 73m)
Nicolau Silveira
(Rui Nunes, 64m)
Diogo Oliveira
Não Utilizados
Miguel Leal.
 
Treinador
José Santos.
 
Disciplina
Cartão amarelo para Diogo Oliveira (26m), Spencer (30m), Lhuka (90+3m) e Tony (90+3m).
 
Marcadores
Simão Bettencourt (22m), Miranda (41m) e Ivo (73m).