Xadrez letal trama Porto Judeu

O Barreiro, com um futebol mais coletivo e elaborado, e de maior recorte técnico, interpretando um jogo mais apoiado, com as unidades geometricamente distribuídas no terreno e próximas umas das outras, agarrou os cordelinhos da peleja desde o início, controlando os acontecimentos.
Os axadrezados com um futebol oposto, mais direto, musculado e combativo, sentiam dificuldades em ter bola e, quando a tinham, faltavam condições para depois lançar o ataque, daí que o primeiro lance ofensivo apenas aparecesse aos 14 minutos, com Zula a ganhar espaço mas a rematar fraco e à figura de Fanika.
Apesar de usufruir de mais posse de bola, os encarnados também não foram capazes de criar grandes oportunidades, excetuando um lance resultante de um canto, onde surgiu ao segundo poste Ruben a cabecear para fora.
Mas, um tanto ou quanto contra as probabilidades do encontro, o Boavista chega ao golo, por Zula, na transformação de um castigo máximo.
A assertividade e consistência do Barreiro começa, então, a ganhar forma e sucedem-se algumas ocasiões para igualar a partida, mas tal desiderato só aconteceu à dobragem da meia hora, por Larika, dando mais justiça - se é que no futebol ela existe - ao jogo, em função do desempenho das duas equipas.
Atravessando um bom período, os forasteiros continuaram a carregar, mas revelando um ótimo índice de aproveitamento, os axadrezados, a poucos minutos do intervalo, chegam-se novamente à frente, por intermédio de T.Rex que, descaído na esquerda e livre de marcação, atirou forte e colocado com êxito.
O segundo tempo trouxe um Barreiro com intenções claras para tentar inverter o rumo dos acontecimentos, mas, ao invés da primeira-parte, faltou-lhe fio condutor. A equipa foi mais desgarrada, perdeu sentido coletivo, facilitando a tarefa ao Boavista que, mais raçudo e determinado, impunha a sua lei, melhorando claramente a respetiva prestação, conseguindo colocar mais a bola no chão e trocá-la entre si, ensaiando depois o letal passe longo, que uma vez mais surtiu efeito.
Assim, após um lançamento para a direita teleguiado para Felipe Alves, este aproveitou para desviar o esférico do alcance de Fanika, aumentando o score, valendo uma vez mais o bom índice de aproveitamento anfitrião.
No banco também se joga e, como tal, os dois técnicos mexeram nos coletivos que orientam. Neste contexto,revelou-se mais feliz e assertivo Lino Inocêncio, porque equilibrou a equipa e conferiu-lhe maior determinação.
Em contraponto, o Barreiro mostrou futebol e argumentos para levar outro resultado da Ribeirinha, mas foi uma equipa demasiadamente perdulária. Depois, como não conseguia marcar, perdeu ânimo e fulgor para lutar contra a adversidade e, deste modo, ficou a dever a si própria a derrota, atendendo a que quem desperdiça tanto, regra geral, não pode vencer.
Arbitragem: regular.
 
Liga Meo Açores | 6ª Jornada
 
Campo de Jogos da Ribeirinha
Árbitro | Pedro Ferreira (AF Angra do Heroísmo)
Assistentes | Renato Saramago e Francisco Bettencourt
 
Ao intervalo
2-1
 
Boavista 3
Kilha
Joviano
Rui Bettencourt
(Isidro, 45m)
Zezinho
Marcelo
Papicha
Anselmo Areias
Azevedo
(Ricardo Leal, 59m)
Zula (cap.)
T.Rex
Felipe Alves
(Bichoca, 67m)
 
Não utilizados
Tiago Simas, Benjamim, Flávio Teodoro e Chiquinho
 
Treinador
Lino Inocêncio
 
Barreiro 1
Fanika
Nelson (cap.)
(André, 57m)
José Isidro
Araújo
David
Ruben
Larika
(Miranda, 62m)
Jorge
Lhuka
Ivo
Duarte
(Chibante, 51m)
 
Não utilizados
Gonçalo, José António, Célio e Honório
 
Treinador
Hildeberto Vieira
 
Disciplina
Cartão amarelo para Araújo (14m), Rui Bettencourt (34m), Anselmo Areias (37m), Nelson (41m), T.Rex (64m), Lhuka (67m), Papicha (71m), Bichoca (75m) e Ruben (76m). Acumulação de amarelos para Anselmo Areias (90+4m), seguido de encarnado
 
Marcadores | Zula (15m, g.p.), T.Rex (43m), Felipe Alves (60m); Larika (31m)