Com muito suor e Ricardo se constrói uma vitória

A formação do Barreiro entrou muito forte no jogo. Principalmente a ala direita pôs Tavares à beira de um ataque de nervos nos primeiros 10 minutos. Nélson, Ivo e Célio fizeram nesse período tipo de um triângulo perigoso para os boavisteiros.
Logo no segundo minuto de jogo Ivo poderia ter aberto o ativo não fosse a imperfeição técnica no momento do remate. Logo após a reposição do esférico foi a vez de Célio acertar na barra da baliza de Kilha. Esses os pontos altos de um domínio sufocante do Barreiro na primeira dezena de minutos.
Passada a turbulência, o Boavista estabilizou, fruto de acertos na movimentação de Anselmo Areias e nas frequentes ajudas de Benjamim aos homens do miolo, provocando maior equilíbrio de forças nessa zona nevrálgica.
Desde cedo começaram a definir-se dois estilos diferentes de jogar. O Barreiro com uma cultura de posse de bola e o Boavista com preocupações defensivas e o recurso a lançamentos em profundidade para aproveitar a velocidade de Zula ou a capacidade de Papicha em ganhar segundas bolas.
Num bom lance ofensivo os da casa chegaram ao golo por intermédio de Larika, aos 35 minutos. Na sequência de um cruzamento do lado direito, houve um primeiro e precioso cabeceamento de Miranda para Larika ao segundo poste abrir o ativo.
Ainda não haviam arrefecido as gargantas dos adeptos locais e o Boavista já empatava. Cruzamento bem medido de Papicha para Ricardo, à ponta de lança, fazer de cabeça o 1-1. Esta igualdade quase imediata intranquilizou a equipa de Porto Judeu que por largos minutos descaracterizou o seu futebol e começou também a apostar em passes compridos, quase sempre inconsequentes.
Talvez a história da partida teria sido outra se Araújo, mesmo em cima do apito para intervalo, tivesse metido dentro das redes uma bola que tocou no poste. Contudo, coube a Ivo desperdiçar a primeira oportunidade da etapa complementar, possivelmente por ter menos um centímetro da altura que o lance exigia. A bola raspou-lhe na cabeça e saiu ao lado.
Depois aconteceu a jogada que marcou o encontro. À passagem do minuto 51, a defesa boavisteira rechaçou o perigo através de um pontapé longo e numa situação perfeitamente anulável Fábio tentou atrasar de cabeça para Fanika, mas mais não fez que oferecer a bola ao astuto Ricardo que fez o chapéu ao guardião anfitrião e colocou os axadrezados na frente do marcador.
Lino Inocêncio já tentara anular Chibante, o cérebro do jogo ofensivo do Barreiro, com a entrada de Rui Bettencourt com o objetivo de lhe fazer marcação direta. Esta alteração acabou por ser fundamental para a vitória do Boavista. Não que Rui tivesse secado Chibante mas porque quando Brum foi expulso, ao minuto 59, a equipa não perdeu a coesão defensiva com o recuo de Rui Bettencourt para uma posição que bem conhece, a de defesa central.
Com menos um, o Boavista perdeu peso atacante mas manteve o adversário longe da sua baliza. Esse o grande mérito que o levou ao triunfo.
Arbitragem
O micaelense André Almeida tentou ser pouco interventivo e não abusar dos cartões. Na segunda-parte apertou mais o seu critério. Uma falha ou outra não impediu que assinasse um trabalho positivo.

Liga Meo Açores | 1ª Jornada (2ª Fase)

Campo de Jogos do Barreiro
Árbitro: André Almeida (AF Ponta Delgada)
Assistentes: Rui Cabral e Pedro Cabral

Ao intervalo
1-1

Barreiro 1
Rui
Nélson (cap.)
Araújo
Fábio
André
Chibante
Larika
(Duarte, 68m)
Rúben
(Honório, 85m)
Miranda
Ivo
Célio
(Vasco, 68m)

Não utilizados
Fanika, Jorge, David e Mário

Treinador
Hildeberto Borges

Boavista 2
Kilha
Chiquinho
Brum
Zezinho
Tavares
Papicha
Anselmo Areias
Flávio Teodoro
(Rui Bettencourt, 45m)
Zula
(Marcelo, 90+1m)
Ricardo (cap.)
Benjamim
(Rodrigues, 61m)

Não utilizados
Tiago Simas, Rocha, Fábio Rocha e Felipe Neves

Treinador
Lino Inocêncio

Disciplina | cartão amarelo para Anselmo Areias (45+1m), Larika (48m), Chiquinho (55m), Papicha (69m), Zula (73m), Rodrigues (84m) e Ricardo (86m). Cartão vermelho para Brum (59m) e Ricardo (90+3m p/acum.).

Marcadores | Larika (35m); Ricardo (37 e 51m)